Meus Poemas 35.
CORRENTES.
Ouve as correntes que correm,
Duma triste e humilde fonte,
Em sombras que logo morrem,
Como nuvem no horizonte.
Quando a alva empalidece,
E o caminho te há ferido,
Ou o dia não resplandece,
E a graça como adormecido.
Sombrio assim o caminhar,
Em vale deserto e triste,
Leva o caminhante a pensar,
Porque a alegria e paz não existe?
Por: António Jesus Batalha.
CONSUMIDOR.
Manhã quente e radiante,
Admirei um pequeno colibri,
Esvoaçava entre ramo verdejante,
Numa planta linda que num instante,
Pode ser desfeita em cinzas mesmo ali.
Ouvem-se gritos além no horizonte,
Arde toda a planta e castanheiro,
Labaredas que descem pelo monte,
Insuficiente toda a água da fonte,
Torna-se tudo num braseiro,
Vem veloz em zumbido impaciente,
Trazendo em deposito água consigo,
Como que gritando saiam da frente,
Convidando ao redor toda a gente,
Venham defender as matas comigo.
Por: António Jesus Batalha.
MANHÃ.
Numa manhã vi subir,
O sol que estrangulado,
Um cão magro a latir,
De tanto esfomeado.
Ouvi o grilo que cantava,
Sua canção matinal,
O homem que muito ralhava,
Sem lhe fazerem nenhum mal.
A rosa que tanto brilhava,
Expelindo o seu odor.
A abelha que por ali passava,
Tirando o pólen da flor.
De tanta beleza que eu vi,
Esta será a maior,
A glória de Deus em mim.
E no meu coração, Seu amor.
Por: António Jesus Batalha.
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