
FORTE VENTO.
Um forte vento sopra as ramagens,
Que em redemoinho são levadas,
Deixam essas sombras arruinadas,
Como trilhos que não têm paragens.
Passam as sacudidelas consumadas,
Vem o silêncio vago de uma aragem,
Mudando a visão daquela paisagem,
Fazendo lembrar a abelha na afloradas.
Fugiram as nuvens negras passageiras,
Surge o encanto das flores das roseiras,
Que pelos insectos ali são beijadas.
Em danças belas e muito aprumadas,
Expelem seu odor cheio de emoções,
Ficando o encanto em certos corações.
Por: António Jesus Batalha.

CABANA.
Cabana de porta muito aberta,
Sem o luar se mostra sombria,
A luz pálida que dentro se via,
Fazia lembrar a sua tristeza certa.
Sobre o leito da luz ficou reclinada,
Como nuvem escura triste dormia,
Sem dar conta do escuro que caía,
Fica silenciosamente sozinha calada.
Soam as ondas do mar e a água fria,
Pelo vento batem na rocha embaladas,
Quando o galo cantou na madrugada,
Ela deu contas das dores que sentia.
Era como anjo que descia na alvorada,
Das lágrimas do vento frio se esquecia,
Na porta olhando o sul até raiar do dia,
Espera quem a deixou desamparada.
Chega o escuro da noite e o dia morre,
Rasga de dor o peito no escuro chora,
O grande amor a deixou e foi embora,
De tristeza lágrima pelo seu rosto corre.
Por: António Jesus Batalha.

SOPRE VENTO.
Sopra vento forte no canteiro das flores,
Faz ruído um regato de água que corre,
Num encanto de beleza que não morre,
Lembra o som os acordes dos cantores.
Aroma pela força do vento é levada,
Os vales e as planícies assim perfuma,
Como de repente em grossa espuma,
Desaparece com o sol e fica em nada.
Tudo fica irreal parecido com um sonho,
Num cansaço interminável silencioso,
Como sol atrás da sombra é enfadonho.
Rompe o vento forte e muito malicioso,
Emaranhado as nuvens até à aurora,
Para que volte tudo a ser como outrora.
Por: António Jesus Batalha.
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