Meus Poemas 47.
LIVRAMENTO.
Clamei a Deus na hora afrontosa,
Em que a tentação vem de assalto,
Meu coração treme e num sobressalto.
Vê a armadilha subtil e mui duvidosa.
Como o vento forte bate nos muros,
Para derrubar templo feito santo,
Cria encantos com fragor espanto,
Parece deixar os céus frios e escuros.
Em muita humildade e fé profunda,
Faço soar a trombeta em som certo,
Como que arrastando a alma do deserto,
Saindo da luta fraca e quase moribunda.
A força e paz que veio do Supremo,
Alivia e conforta a alma cansada,
Reconstruindo a linha quebrada,
Numa comunhão de gozo extremo.
Por: António Jesus Batalha.
SOFRIMENTO.
Os seres deste mundo sofredores,
Levantem para Ti as suas mãos,
A graça e o amor os alivia das dores,
Desviando deles caminhos vãos.
Sulcos abertos semeada a verdade,
Vai para além das coisas transitórias,
Onde não há semente de falsidade,
E que acaba com paixões ilusórias.
Resplandece no ser Luz Gloriosa,
Tirando do coração todo o engano,
É a Tua salvação bendita grandiosa,
Incutida no coração do ser humano.
Por: António Jesus Batalha.
TEMPESTADE.
A força do grito não atendido,
Que ecoa pelo caminho incerto,
A tempestade que vem sem sentido,
Fustiga com força o pleno deserto.
O quadro triste que se viu pintar,
Com tinta esquecida que nunca secou,
E a viva luz que nunca veio brilhar,
Por isso o calor desejado não chegou.
Caminho que muito percorrido,
Em sombra do pensamento passado,
Numa bandeja de prata foi servido,
Quadro de repente no fogo queimado.
Nesta grande grande calamidade,
Sopra a brisa brilha a aurora,
Sombra que passa, vem claridade,
Trazendo a verdadeira luz de outrora.
Por: António Jesus Batalha.
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